Não somos Ladrões
Porém, nas favelas ocupadas pela PM, o serviço de moto-táxi tornou-se alvo de campanhas difamatórias e criminalizadoras, contando para isso com o empenho do monopólio das comunicações. Nos morros do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, uma série de restrições foram impostas pelo comando da UPP para boicotar o serviço oferecido pelos moto-táxis, o que revoltou os moradores.
— Tenho 62 anos e não aguento mais subir essas escadas até a minha casa. Depois da UPP, o moto-táxi não é mais garantido. Um dia os meninos estão trabalhando e no outro não, porque a polícia não deixa. Isso é uma falta de respeito com esses meninos. O pessoal da UPP fala que eles são do tráfico, mas isso é uma grande mentira. Que traficante que quer subir e descer o morro carregando morador ganhando 1 real por viagem? Esses garotos trabalham muito pra sofrerem esse tipo de acusação. Sem o moto-taxi, como as pessoas idosas vão sair de casa? — questiona a aposentada Jovelina Tavares.
Já na Ladeira dos Tabajaras, os moto-taxistas cruzaram os braços acusando o comando da UPP de persegui-los. Isaías Mendes, representante dos trabalhadores, diz que todas as exigências iniciais da polícia foram cumpridas por todos os profissionais e mesmo assim, a perseguição continua.
— Eles disseram que todo mundo tinha que ter carteira de motorista, documento da moto em dia e andar com dois capacetes e nós acatamos tudo direitinho. Agora eles voltam com essa história de ligação com o tráfico. A realidade é que não querem deixar a gente trabalhar de jeito nenhum. Daqui a pouco colocam uma empresa pra fazer moto-taxi e tiram o nosso trabalho — afirma o rapaz.
O MOVIMENTO QUER MUDAR ESTA HISTÓRIA
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